12/08/2025
Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal realizada na última quinta-feira (7), vereadores de Osasco defenderam fortemente o tombamento do antigo São Francisco Golf Club, localizado no bairro Jardim Adalgisa. Mais que uma área degradada, o local agrupa quase 150 mil m² de vegetação nativa — um dos últimos remanescentes verdes no coração da cidade — que hoje sofre com abandono e risco de loteamento.
O terreno foi adquirido pela iniciativa privada com o objetivo de construir empreendimentos imobiliários, mas o avanço das obras foi interrompido por duas ações civis públicas. O bloqueio judicial resultou em décadas de abandono e de perda gradual da identidade histórica e ambiental que essa área representa para a cidade.
O projeto de tombamento é fruto de um movimento que surgiu já em 2019, quando o então vereador Jair Assaf apresentou proposta semelhante, destacando os valores arquitetônico, histórico e paisagístico do terreno. Contudo, o projeto não avançou naquele momento e acabou arquivado em 2021. Agora, a pauta volta com força e tem apoio político renovado.
Atualmente, o Condephaat, órgão estadual responsável pela defesa do patrimônio histórico e cultural, já está analisando o pedido de tombamento do local.
Visão Oeste
O presidente da Câmara, Carmônio Bastos (Podemos), sugeriu transformar o espaço em um parque público de lazer, como o Parque da Juventude, como alternativa viável ao abandono. Já o vereador Laércio Mendonça (PDT) destacou a urgência da decisão. Para ele, o impasse gera frustração entre os moradores: “Estão há muito tempo esperando uma solução. O tombamento é necessário e urgente.”
A preocupação ambiental também foi destaque na fala da vereadora Elsa Oliveira (Podemos). Ela lembrou que o espaço serve de refúgio para pássaros e outras espécies — algumas ameaçadas de extinção. “É uma das poucas reservas naturais ainda existentes em Osasco. Preservá-la é proteger nossa história e o meio ambiente”, afirmou. Além disso, defendeu a formação de uma comissão de vereadores para debater ações concretas sobre o tema.
A mobilização contrasta com a ameaça eminente de loteamentos de alto padrão, que poderiam esvaziar o local e extinguir sua relevância paisagística e cultural. Com essa articulação política e apoio popular, Osasco se aproxima da possibilidade de defender efetivamente esse patrimônio urbano e ecológico — evitando seu desaparecimento.
Fonte: Redação.